Floriano Encapsulado



Com uma temática voltada à sociabilidade na escola em tempos de mídias sociais, amadurecimento e os mais recentes perigos da adolescência, o romance “Floriano Encapsulado” é o novo lançamento da Chiado Books. Assinado pelo escritor brasileiro Frederico Feitoza, o livro mescla humor ácido e cultura pop, em um estilo coloquial, mas intenso. 
O grande tema abordado na obra é o bullying e suas consequências catastróficas para os estudantes de uma escola particular, incluindo aí a delicada pauta do suicídio entre adolescentes. O protagonista, Floriano, é um garoto isolado e de poucos amigos, viciado em shopping centers e videogames. Sabe-se de antemão que já passou por tratamentos psiquiátricos, mas nunca obteve um diagnóstico preciso. Por conta de seu comportamento repetitivo e aparência desleixada, é alvo de discriminação por parte dos colegas. E é sua resposta às constantes pressões sociais que compõe o elemento misterioso e perturbador do texto. Especialmente quando o palhaço da escola, Roberto Salomão, surge interessado em forçar uma nova amizade.
                            
O livro é bem-humorado, mas explora a fundo o selvagem microcosmo da hora do recreio numa escola de classe média e a dinâmica de seus afetos: Mabel, a única amiga de Floriano, que é chamada de Sapatuxa porque “age como garoto”, Emanuel, apelidado de “gordinha”, e que não sabe bem se deseja ser menino para sempre, as irritantes Amandas do 1º B, a “paraíba” Regina George from Taquaritinga... A princípio o leitor parece exposto a uma história inocente sobre apelidos e grosserias na escola, mas aos poucos o livro converte-se em um intenso suspense que envolve a ida de adolescentes de classe média à periferia (não fica muito clara qual é, mas se inspira na geografia do Distrito Federal) e aos desafios sedutores e perigosos que eles propõem entre si.

A ideia para o livro surgiu enquanto o autor lecionava um curso de comunicação e cultura na Universidade Católica de Brasília, onde trabalhou por quatro anos. Inspirado por uma onda de suicídios que aconteceu em um shopping center da cidade, o Pátio Brasil, durante os anos 2000, resolveu criar um texto que abordasse a temática, de forma a conscientizar não só os adolescentes, mas os leitores adultos e também educadores.


O autor resalta : "Acredito que seja um suspense sobre como os jovens podem reagir à atmosfera cínica e isolante da vida em sociedade no início dos anos 2010, em uma cidade qualquer do Brasil, mas é também um texto escrito com muita ternura sobre como encontrar amor em meio aos destroços sentimentais do dia a dia. É tanto literatura juvenil quanto jovem adulta"

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