A vida é madrasta

A Guiné-Bissau, com suas variadas etnias e particularidades culturais, foi a paisagem escolhida pela autora Amélia da Silva para seu primeiro romance, “A vida é madrasta”. Inspirada pela sua própria história e também pela das mulheres que rodearam sua vida no país africano, a escritora traz em Toié, a protagonista, uma voz de resistência. O livro é, também, uma forma de conhecer a cultura Manjaca, etnia a qual pertence a autora.
Dentro dela, por exemplo, as mulheres não têm permissão de exercer um papel ativo, ficando restritas sempre a decisões masculinas. Por exemplo, podem ter o futuro marido já escolhido desde o momento em que nascem.
"Para mim, cada vez que revejo a história, até sinto a dor que essas mulheres passaram" — comenta a autora.
A história nasceu dos exercícios de escrita feitos pela autora, sob coordenação do realizador guineense Flora Gomes, com quem ela iniciou a carreira de atriz, em 1991. A considerar a variação étnica do país, ele fazia com que os atores e atrizes lessem textos em voz alta, como forma de melhorar a dicção. Estimulados pela leitura, os participantes começaram também a escrever sobre o seu cotidiano, que culminou, no caso de Amália, em um romance.
Disponível em livrarias de todo o país em chiadobooks.com, o livro terá sessão de lançamento aberta ao público em 6 de outubro, às 14h30, no Chiado Clube Literário (Rua de Cascais, 57, Alcântara, Lisboa).

Comentários